terça-feira, setembro 22, 2009

Tropas cercam Embaixada Brasileira em Tegucigalpa;Zelaya denuncia confrontos




Militares hondurenhos cercaram a embaixada brasileira na capital Tegucigalpa e entraram em choque com manifestantes, informam na manhã desta terça-feira as agências de notícias BNO News e AP. O local serve de abrigo desde ontem para o presidente deposto Manuel Zelaya, que retornou ao país para tentar voltar ao poder. Há suspeitas de que duas pessoas tenham morrido nos confrontos.
Em entrevista à rede CNN, Zelaya disse que a sede da representação brasileira foi alvo de ataques das forças do governo de Michelletti. "Às 5h da manhã (3h de Brasília) atacaram a embaixada com bombas", disse o presidente deposto, citado pela agência Ansa. "Estão atacando em diferentes lugares do país e dispersando manifestações pacíficas".
O site La Prensa.hn informou que os apoiadores de Zelaya entraram em confronto com a polícia. Os seguidores colocaram fogo em uma viatura e quebraram vidros de carros de passeio, e a polícia respondeu lançando bombas de gás lacrimogêneo para controlar a situação. Fotos da agência AP mostraram os policiais avançando na região onde está localizada a embaixada brasileira.
Já um fotógrafo da Reuters confirmou que policiais lançaram as bombas para dispersar centenas de manifestantes pró-Zelaya, e que ao menos dois artefatos foram jogados dentro do terreno da embaixada. O porta-voz da polícia, Orlin Cerrato, informou aos jornalistas que os agentes tiveram que recorrer "os níveis de força adequados" para dissipar os manifestantes.
Cerrato acrescentou que a operação para a retirada dos manifestantes, realizada em conjunto com o exército, continua. Ainda segundo o porta-voz, ninguém foi detido até o momento. Por outro lado, a mulher de Zelaya, Xiomara Castro, que também está na embaixada brasileira, disse a jornalistas na noite de ontem que o fornecimento de água e energia ao prédio havia sido interrompido.
Segundo a Ansa, o presidente deposto pediu a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) para questionar a perseguição que seus seguidores estão sofrendo. "As autoridades do governo de facto têm as armas, as bombas, os canhões, os tanques, o povo está indefeso, pedimos que apliquem a Carta Democrática da OEA", disse, afirmando também que a embaixada está "rodeada de franco atiradores".
Zelaya convocou seus seguidores a irem a sede da embaixada do Brasil na capital hondurenha para protegê-lo e fez um chamado para que as forças armadas de seu país respeitassem o povo. "Prevejo ataques mais agressivos e violento, que serão capazes de invadir até a embaixada do Brasil", disse.

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